segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Meta de Leitura para 2015

Todo fim de ano, quando estamos no fim de nossas leituras atuais, já nos preparamos para o arranjo de leituras do próximo ano, fazendo assim, uma programação a ser cumprida. 2014 não podia ser diferente e já que estamos no fim do ano, resolvi registrar minhas metas para 2015. Resolvi que não iria criar metas absurdas de livros que não iria conseguir adquirir de qualquer forma ao longo do ano (mesmo que seja uma tentação incluí-los na lista), pelo fato de que posso não conseguir realizar a leitura deles. Também não criei nenhum critério ou desafio, a não ser o de terminar as leituras de séries pendentes e ler mais livros que li no ano de 2014 (no mínimo vinte e seis livros). Enfim, fora isso, a escolha dos outros livros fora feita de modo bem aleatória. Escolhi alguns livros que tenho na minha estante, alguns que me emprestarão e alguns que apenas tenho uma vontade enorme de ler. 

Sem mais delongas, vamos às metas:

Harry Potter

Uma série pendente! Faz pouco tempo que terminei o quarto livro e pretendo terminar os três restantes em 2015. Os livros estão sendo lidos no formato original, em inglês. Já tentei ler em português, mas achei a tradução fraca. Você pode conferir as resenhas para os quatro primeiros volumes aqui:
O Cálice de Fogo
Os volumes para 2015 são:
A Ordem da Fênix
O Enigma do Príncipe
As Relíquias da Morte

Cemitério dos Livros Esquecidos

A trilogia sobre a importância dos livros do escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón. O interessante dessa "trilogia" é que eles são interligados de uma maneira independente. Há conexões, mas eles não seguem um enredo linear. Isso permite que o leitor possa ler mesmo que fora de ordem. Eu já havia lido o segundo volume, O Jogo do Anjo, mas vou reler para fazer uma análise completa da obra.  Os volumes são:
A Sombra do Vento
O Jogo do Anjo
O Prisioneiro do Céu

Dragões de Éter

Eu nunca havia lido nenhuma ficção fantástica brasileira e resolvi ter essa experiência. Entre uma pesquisa e outra, encontrei essa trilogia do Raphael Draccon e acabei adquirindo. Entrará pra minha meta e devo confessar que estou esperando bastante dessa trilogia, espero não me decepcionar. Os volumes são:
Caçadores de Bruxas
Corações de Neve
Círculos de Chuva

A Torre Negra

Outra série, dessa vez do Stephen King. São oito volumes, sendo que já li os dois primeiros. Irei reler tudo para uma análise melhor. Não será problema nenhum reler os dois primeiros, até porque a temática desses livros é perfeita! Os livros são do Joe! do Leia-me Já!. Os volumes são:
O Pistoleiro
A Escolha dos Três
As Terras Devastadas
Mago e Vidro
O Vento pela Fechadura (livro adicional)
Lobos de Calla
Canção de Susannah
A Torre Negra

Fronteiras do Universo


A trilogia de Philip Pullman ganhou vez na minha lista de leituras. São três volumes:
A Bússola de Ouro
A Faca Sutil
A Luneta Âmbar

Traduzidos da Shriver


Em 2014 li dois livros da Lionel Shriver. Precisamos Falar sobre Kevin e Dupla Falta. Me encantei tanto com a autora que resolvi ler os livros traduzidos dela. São eles:
Precisamos Falar sobre o Kevin (Resenha em breve)
O Mundo Pós-Aniversário
Grande Irmão
Tempo é Dinheiro
Nova Republica (Será lançado no começo de 2015)


Beleza Mortal


A trilogia da serial killer Gretchen Lowell de Chelsea Cain. Só foram traduzidos os três primeiros volumes, sendo que já li o primeiro. Lerei os dois restantes e talvez leia os demais no original, mesmo que minha meta seja apenas os dois traduzidos. São eles:
Coração Ferido
Coração Apaixonado
Coração Maligno

Bom, foram esses meus 26 livros obrigatórios para o ano de 2015. É claro que pode haver controvérsias, leituras podem ser acrescentadas ao longo do ano, mas não pretendo retirar nenhum dos livros prometidos aqui. Tomara que todos nós consigam cumprir nossas metas e um bom 2015 a todos! 

O Corujal deseja um bom ano novo! ;D

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A Noite dos Bruxos - Susan Claudia

“A senhora vê alguém morto e chora, pensando que a morte é terrível. Na verdade, no entanto, a senhora está chorando por si mesma, não pelo morto. A senhora se vê morta... no entanto, ao mesmo tempo, está consciente do que acontecesse ao seu redor. O morto, entretanto, não tem consciência. Assim, para o defunto, a morte não é nem um pouco terrível. É indolor, física e mentalmente. É zero”.



Título: A Noite dos Bruxos

Autor: Susan Claudia

Título Original: Mrs. Barthelme's Madness

Tradução: Tonie Thomson

Editora: Círculo do Livro

1976







      Neste romance de Susan Claudia, somos levados à Rachel Barthelme, uma mãe de família com o casamento falido. Rachel leva uma vida pacata. É esposa de um dos maiores empresários do país, mãe três filhos que gosta muito, entretanto, sua vida se resume somente a isto. Como a própria narrativa nos conta, Rachel crescera escutando “Quando você se casar, Rachel...”. Sua vida, mesmo monótona, é normal, até então. Porém, quando esta voltando para casa, após levar sua melhor amiga ao aeroporto, Rachel acaba envolvendo-se em um acidente.
      É Halloween e pelas redondezas, há crianças constantes à procura de guloseimas. Rachel acaba encontrando, de maneira infortuna, um grupo deles. Um grupo de jovens mascarados. O resultado foi atropelamento de um garoto, que segundo Rachel, acabara morrendo. A protagonista é perseguida pelas crianças, foge e aciona a polícia. O problema, é que os oficiais não encontraram nenhum garoto em nenhum hospital nenhuma marca de atropelamento no carro de Rachel e muito menos qualquer grupo de mascarados. E é neste ponto que a trama se desenrola. O livro vai retratar a paranoia de Rachel quanto a isso, já que ela afirma estar sendo perseguida por essas crianças.
      O enredo é muito intrigante pelo fato de o leitor não saber ao certo se Rachel está ou não indo ao delírio. Por acompanhar a protagonista e pela escrita da autora, cremos que tudo realmente aconteceu e que Rachel apenas não consegue expor os fatos. Por outro lado, quando todo o resto dos envolvidos apresentam provas concretas de que a lógica de Rachel é impossível, o leitor se contradiz.
      Os planos que Rachel sempre tivera fora de se separar do marido após os filhos irem para a faculdade, porém, com a vinda de um terceiro filho, isso ficara fora de cogitação, condenando-a a continuar vivendo sua vida infeliz. Isso leva seu psiquiatra a crer que isso não passa de uma depressão pós-parto e que toda a história são alucinações que remetem ao subconsciente de Rachel culpando sua própria filha por atrapalhar seus planos. Ele afirma também que Rachel é perigosa para o bebê, chegando a oferecer risco de vida.

“Não pode ter nenhum objeto agudo em casa... facas, tesouras, lâminas... Tem medo de matar a criança.”

Claro que ao primeiro momento, isso soa ridículo, porém, analisando as palavras da personagem páginas a trás. Nos contradizemos novamente.

“Mas agora, como você mesma disse, eu tenho um bebê. Adicione dezessete anos à minha sentença, até que o bebê cresça e vá para a faculdade. Mais dezessete anos de começar o dia me amarrando na estaca e ateando fogo à lenha sob meus pés. Isso é exatamente o que significa manter acesa a chama do lar.”

A autora, mesmo com uma escrita simples, consegue passar sua mensagem e o mistério nos aprisiona até o fim. Devo confessar que o final me desapontou de um certo modo. É o típico fim adicione-aqui-o-que-achar-melhor. É claro que isso é esplêndido, nos deixando com desfechos alternativos, porém, na outra mão, nunca saberemos se Rachel está realmente louca ou não.
      É curioso ressaltar a péssima escolha do título na hora da tradução. O título original se enquadra muito melhor que “A Noite dos Bruxos”, que só se adere ao Halloween. Eu acharia muito melhor se fosse traduzido ao pé da letra mesmo “A Loucura da Sra. Barthelme”


“Sim. Ela tem seu próprio mundo, no qual e enclausurou. Para ela... é um lugar feliz. É onde quer estar. No nosso mundo encontrava-se em constante angústia. As pressões a esmagavam. Agora no seu mundo... no seu mundo particular... encontrou paz. Por que não estaria feliz?”

Tag: Palavras Cruzadas

Encontrei essa tag no site do Ben Oliveira e resolvi respondê-la aqui no blog. A tag é bem simples e consiste em quinze perguntas. Tomei a liberdade de dar uma modificada para se encaixar nos meus padrões e acabou em doze perguntas. Não sei ao certo quem criou essa tag ou se ela foi simplesmente traduzida, mas vocês podem conferir o formato original dela no site do Ben, aqui.
      Acho interessante a postagem de tags para divulgar as minhas impressões à respeito de minhas leituras e para criar uma prévia de vários livros simultaneamente sem ter que criar resenhas completas e muitas vezes cansativas.

Sem mais delongas, vamos às perguntas!

1- Vox Populi: Um livro que recomendaria a todo mundo


A Torre Negra vol I - O Pistoleiro de Stephen King. Esse livro é extremamente fantástico! O enredo que King cria é muito surpreendente e o modo como ele te apresenta a história não há igual. Creio que a série toda seja boa, já que é considerado por muitos a obra-prima do autor. É intrigante o fato de muita gente conhecer King por outros trabalhos, mas quando mencionada a Torre Negra as pessoas não fazem ideia do que seja. Uma pena! Ainda não terminei de ler todos os livros, mas em breve o farei e trarei as resenhas para o blog. 












2- Maldito plágio!: Um livro que gostaria de ter escrito.


A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón. Escolhi outro livro fantástico, dessa vez da literatura espanhola. A escrita de Zafón é reflexiva e chega a ser poética. O Jogo do Anjo vai nos levar a um escritor e retratará a importância dos livros em nossas vidas. Deveria ser uma leitura essencial para todos os aspirantes a escritores. O livro é extremamente bem escrito com enredo incrível, personagens bem construídos e um final super perplexo. Não poderia pensar em outro livro para colocar nessa categoria, pois deve ter sido incrível escrevê-lo. O Jogo do Anjo faz parte de uma trilogia (?) junto com outras duas obras muito bem faladas do autor. Pretendo lê-las em breve e trazer uma resenha para o blog. 







3- Não vale a pena derrubar árvores por isso.


Enfeitiçadas de Jessica Spotswood. Minha escolha foi o primeiro volume dessa trilogia. Não há muito o que falar desse livro, pois não há conteúdo! O enredo é fraco, os personagens superficiais e envolve um romance cansativo. Enfim, um clichê sem igual. Me senti completamente enganado quando fechei esse livro, pois a história não cumpre o que a premissa promete. 













4- Não é você, sou eu!: Um livro lido na hora errada.


Dupla Falta de Lionel Shriver. Tratando-se da arte do ofício, Shriver é uma dos poucos autores que consegue se sair tão bem quando se trata de escrever. Sua escrita é uma das melhores que já vi! Mestre em tratar de temas chocantes, a autora aborda em Dupla Falta a ambição junto ao amor. O livro tem tudo para ser bom e realmente é, porém, o momento em que escolhi lê-lo não foi tão propício assim, resultando em alguns olhares tortos pra esse livro. Pretendo relê-lo num evento futuro e ver se essa opinião muda.

Confira a resenha aqui








5- Eu tentei...: Um livro que tentou ler, mas ainda não conseguiu


O Diário de Anne Frank. Esse livro também se encaixaria no quesito anterior. Livro bom, momento errado! Quando decidi ler O Diário de Anne Frank eu era pequeno, não compreendia nada do contexto, tudo era uma confusão, fiquei tentando lê-lo por um bom tempo até que não deu mais! Acabei largando-o na metade. Mesmo assim, pretendo ler este livro agora que tenho uma visão literária mais abrangente. E logo que a ler trago resenha.













6- Hã?!: Um livro que leu e não entendeu nada ou um livro com um final surpreendente.


Precisamos Falar Sobre o Kevin de Lionel Shriver. Também me senti enganado quando terminei de ler esse livro, mas desta vez, de uma forma positiva. É impossível falar sobre finais chocantes sem citar esse livro. Shriver consegue te prender até o final e quando a história se afunila, carregando-se para o desfecho, a autora consegue causar a maior  sensação de choque. Não há palavra melhor. Simplesmente choque! É legal citar também, que o leitor se pega tão envolvido com a trama, com os personagens, que após fechar o livro, ele fica num estado de total paralisia. Haha! Meio que entramos naquela depressão pós-livro (?). O Joe! do Leia-me Já! me disse que o livro todo fora planejado pela autora, mas o final ficou a mercê do momento. O que faz apenas tornar a leitura mais emocionante. Uma leitura sensacional! Shriver acertou.

[Resenha em breve]
Resenha do Joe! aqui.



7- Tão bom, não foi?: Um livro que tenha devorado. 


As Crônicas de Gelo e Fogo vol. I - A Guerra dos Tronos de George R. R. Martin. Me lembro de ter devorado esse livro, levando em consideração seu tamanho. Eu estava de férias, portanto tinha tempo o bastante para ler. Além do mais, a história é incrível. Martin conseguiu me prender até o fim (e que fim!!). O autor deixou um enorme gancho para o próximo volume cujo pretendo ler em breve. Incrível e super recomendado!

Confira a resenha aqui









8- Entre livros e tachos: Um personagem que gostaria que cozinhasse para você


Ok, que quesito é esse? o.o
Não consegui pensar em nenhum personagem que gostaria que cozinhasse para mim, portanto tomei a liberdade de alterar essa parte para "Lugares de livros onde você gostaria de comer". Pronto, assim fica melhor. E se tratando de comida fictícia, não poderia deixar de citar algo do Harry Potter e por que não a Honeydukes? Os doces vendidos lá devem ser fantásticos. 





9- Fast Forward: Um livro que poderia ter menos páginas e não mudaria nada.


Christine de Stephen King. Quem já leu Stephen King alguma vez sabe que ele é um autor esplêndido, mas também sabe que ele enrola muito para desencadear a história. Isso até então, não incomoda, já que suas obras geralmente são muito boas. Entretanto, ninguém é perfeito e King não poderia escrever sempre livros tão bons. Devo dizer que Christine foi horrível. Não que isso seja algum problema de escrita ou qualquer outra coisa. É mais algo pessoal, já que a temática não me agrada. Voltando ao problema do Stephen, a demora para as "coisas acontecerem" somada ao tema do livro, tornou, para mim, uma leitura cansativa. De modo que algumas páginas a menos não fariam tanta falta assim. 








10- Às cegas: Um livro que escolheria só pelo título. 


Tripulação de Esqueletos do Stephen King. O título desse livro é fantástico (a capa também.). E o conteúdo também é ótimo. É um livro de contos do Stephen. A maioria dos contos presentes me agradaram, com uma exceção ou outra. Também consta nesse livro O Nevoeiro, que já fora publicado separadamente (acredito que apenas no exterior). Também é uma ótima recomendação, inclusive, para quem nunca leu King e não quer ficar "preso" na sua enrolação, já que os contos são breves, simples e incríveis. Dando ao leitor uma familiarização com a escrita do autor, deixando-o pronto para partir para histórias maiores do mesmo.










11- O que conta é o interior: Um livro bom com capa feia.

Escolhi A Casa do André Vianco principalmente por falta de escolha. Dos livros que li que continham capas que não me agradavam, este era o mais legal, mesmo não sendo minha leitura preferida dele. Se me perguntassem, recomendaria primeiramente Sementes no Gelo. Vi que os livros dele foram relançados com capas novas, mas a deste livro em si, continua não me agradando. Em termos de conteúdo o livro é razoável, porém, com um final surpreendente. Recomendado para quem quer ler Vianco longe do vampirismo.












12 - Espera aí que já lhe atendo: Um livro que esta constantemente a adiar


Eu comprei O Guardião de Memórias de Kim Edwards há muito, muito tempo e ele continua parado na minha estante. Comprei-o por impulso, nem sabendo ao certo do que se tratava e resultou nisso. Nem cheguei a tentar lê-lo. Enfim, se está comigo será lido um dia. 






Bom, foi isso! Até o próximo post. 



terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O Cálice de Fogo - J.K. Rowling

"Se você quer sabe realmente como um homem é, olhe como ele trata seus inferiores, não seus iguais"




Título: O Cálice de Fogo

Autor: J.K. Rowling

Título Original: The Goblet of Fire

Tradução: Lia Wyler

Série: Harry Potter

Editora: Rocco

2001




      Eu diria que o Cálice de Fogo é o divisor de águas nessa série, já que é neste volume que o enredo começa a se agravar e a história deixa de ser apenas aventuras sem consequências tão influenciadoras. O livro é marcado por eventos fantásticos que a muito não aconteciam, onde a autora pode expandir nossa visão sobre a comunidade bruxa.

“Não se trata de como alguém nasce, mas sim de quem ela escolhe ser.”

      Logo no começo do livro, ocorre a Copa Mundial de Quadribol, que como o nome já diz, não passa de uma copa de esporte entre países. Porém, o que era para ser um mero torneio, acaba numa pequena catástrofe, onde, misteriosamente, bruxos encapuzados aparecem e destroem tudo, deixando para trás apenas um sinal no céu: A Marca Negra. Ficamos sabendo imediatamente que se tratava dos seguidores do Voldemort, os chamados Comensais da Morte. Esse fato levanta suspeitas e pânico, já que toda a população acreditava que o Lorde das Trevas havia sido mesmo derrotado, levando consigo seus seguidores. E este fato deixa uma grande incógnita: Ele voltou?
      Mais adiante, em Hogwarts desta vez, acontece outro evento mundial: O Torneio Tribruxo. Onde três escolas se reúnem para realizar o torneio. Um aluno é escolhido de cada escola para enfrentar três tarefas, onde um será eleito campeão. O problema é que um quarto aluno é misteriosamente escolhido. Sim, mesmo sendo menor de idade, o nome do Harry sai do cálice e ele é obrigado a entrar na competição. Neste ponto a história começa a ficar diferente. Nos antecessores deste livro, Harry sempre fora visto pelos alunos da escola (com algumas exceções), como um herói. E a partir do momento em que ele é o escolhido, as pessoas começam a lhe olhar torto, acreditando que o próprio Harry forjara a escolha.
      Uma certa tragédia acontece nos últimos capítulos e o único que presencia isso é o nosso protagonista. E isso reforça minha tese sobre este livro. É a partir deste volume que a série toma um rumo mais externo. A partir daqui, Harry terá que provar o que viu. Não só para seus amigos, mas para a escola, para o Ministério e para toda a população. Vale ressaltar a curiosidade também de que este é o primeiro volume onde Harry tem um contato verdadeiro com seu inimigo e isso lhe custa bastante.

“Imagine que Voldemort retornou ao poder agora. Você não sabe quem são seus seguidores, você não saber quem está trabalhando para ele e quem não está; você sabe que ele pode controlar pessoas, por isso elas fazem coisas terríveis sem serem capazes de parar. Você está com medo por você, pela sua família e por seus amigos. Toda semana notícias chegam sobre mais mortes, mais desaparecimentos, mais tortura. O Ministério da Magia esta uma desordem, eles não sabem o que fazer. Estão tentando manter o sigilo dos Trouxas, entretanto, Trouxas estão morrendo também. Terror em todo lugar... pânico... confusão... assim que costumava ser.”

terça-feira, 30 de setembro de 2014

O Prisioneiro de Azkaban - J. K. Rowling

"Isso significa que o que você mais teme é o próprio medo"



Título: O Prisioneiro de Azkaban

Autor: J.K. Rowling

Título Original: The Prisioner of Azkaban

Tradução: Lia Wyler

Série: Harry Potter

Editora: Rocco

2000




      Dando procedimento à série Harry Potter, este volume vai continuar retratando o ano escolar em Hogwarts, entretanto o foco do livro é completamente voltado para Sirius Black, o assassino que extraordinariamente conseguiu escapar de Azkaban. De acordo com os registros, Black fora responsável pelo assassinato de treze pessoas com uma única maldição. Considerado por muitos como aliado de Voldemort, Sirius passou doze anos em Azkaban, para depois escapar deixando apenas uma ideia de para onde seguiria.

“Ele está em Hogwarts... Ele está em Hogwarts”.

      Um professor novo. Ronda de dementadores. Um traidor. Um parente. Uma predição. E mais dúvidas. Será mesmo Hogwarts segura?

“O lugar mais seguro da terra era aquele em que Albus Dumbledore acontecesse estar”

      A trama revela muitas informações do passado dos pais do Harry e ficamos por dentro de Hogwarts em um tempo mais antigo, na infância de James e Lily. Novos personagens são adicionados neste livro e creio eu que este é o único volume que a narrativa não fica presa no monótono ‘Harry-Voldemort’. Há sim ligações e explicações sobre o lorde das trevas, mas são expressas apenas teoricamente, tornando o livro mais alternativo e uma leitura menos repetitiva. A criatividade da autora foi rigidamente expressa nesse volume mais que os anteriores, já que somos apresentados a muitos elementos fantásticos: um povoado inteiramente bruxo, onde há lojas extraordinárias, hipogrifos, animagos, criaturas especificamente trazidas para as aulas de ‘defesa contra as artes das trevas’ e é claro Azkaban e seus dementadores.

“A fortaleza foi construída em uma ilhota, bem longe da costa, mas não precisão de paredes nem de água para manter os prisioneiros confinados, não quando eles já estão presos dentro da própria cabeça, incapazes de um único pensamento agradável. A maioria enlouquece em poucas semanas”.

      A narrativa é totalmente linear, tudo o que a autora abre no começo se fecha no final. É surpreendentemente revelador, de modo que após descobrir certas coisas, o leitor acaba se vendo enganado pela autora – num aspecto positivo, é claro. Rowling mostrou um leve amadurecimento na escrita, de modo que se consiga captar alguma mensagem mais madura nas entrelinhas. É interessante ressaltar também, que os dementadores que a autora criou, foram baseados no período de depressão pelo qual a mesma passou, de modo que percebemos que não é nada mais que uma personificação da depressão.



“Os dementadores estão entre as criaturas mais malignas que vagam pela Terra. Infestam os lugares mais escuros e imundos, se comprazem com a decomposição e o desespero, esgotam a paz, a esperança e a felicidade do ar à sua volta.” 


sábado, 20 de setembro de 2014

Coração Ferido - Chelsea Cain

“– Não importa o que você esteja esperando – sussurra ela – Vai ser pior.”



Título: Coração Ferido

Autor: Chelsea Cain

Título Original: Heartsick

Tradução: Fabiano Morais da Costa

Série: Beleza Mortal


Editora: Objetiva (Suma de Letras)

2007



     
      Mesclar tortura com amor não é nem um pouco fácil e chega a soar doentio para quem lê algo assim, mas neste primeiro volume da série Beleza Mortal, vemos que, por mais que peculiar, é possível traçar um meio termo entre essas situações e que tal mistura desperta uma curiosidade grandiosa.
      Nossa história se passa em Portland, onde o detetive Archie Sheridan trabalha junto com seus parceiros no caso do Estrangulador das Escolas, cujo não passa de um maníaco estuprador. Junto com Archie também se envolve Susan Ward, uma repórter responsável por fazer uma matéria sobre a vida do detetive.
      Por mais que o calor da investigação principal prenda o leitor, o ápice do livro – e da vida de Archie – é Gretchen Lowell. A terrível psicopata que o torturou por dez dias. Dez dias estes que com certeza demoraram o dobro dos dez anos que ele precisou persegui-la para passar.
      A questão não é nem tanto a tortura que ficara no passado, mas sim o que Archie carregou de lá. Junto com a cicatriz em formato de coração que Gretchen cravara no seu peito, o detetive carregou consigo um sentimento por ela. Após aqueles dez dias, Archie abandonara sua família e toda sua vida antiga para ficar numa depressão pós-Gretchen.

“Percebera que chegara a ficar alguns minutos sem pensar em Gretchen Lowell. Tinha sentido falta daquilo.”

Viciado em remédios, Archie se vê tão ligado à beleza mortal de Gretchen, que passa a ir visita-la em Salem todos os domingos. É intrigante, pelo fato de Gretchen ser uma psicopata mulher e devido isso, muitas vezes sendo alvo de subestimação pelo leitor. E por que não ressaltar sua beleza incrível? Tornando-a uma serial killer original e inovadora.

“É impressionante o tamanho do horror psicopata que mora nesse corpo bonito e recatado.”

      A estrutura do livro é dividia em duas partes, a relação entre Archie e Gretchen e o caso atual. É ousado, pois provoca a curiosidade do leitor quanto à Gretchen, mas foca no Estrangulador das Escolas, forçando o a querer o próximo volume no mesmo instante em que se termina o primeiro.
      A escrita da autora é simples, porém rica. Como dito anteriormente, ela consegue desenhar uma linha tênue entre o amor e a obsessão, sem soar piegas ou insano. Também consegue despertar uma curiosidade descomunal, as passagens de tortura, mesmo que agonizantes, força a quem lê querer mais uma dose de Gretchen.

“E como é a dor? – Os olhos dela brilham”

Os personagens são icônicos e bem construídos, chegam a ser quase palpáveis. Archie é um protagonista real, com mais defeitos que qualidades. Gretchen é doentia, porém causa interesse. Susan, Henry e até o Estrangulador das Escolas... Tudo isso te deixará atônito.


“Quero matar você, Archie – diz ela suavemente – Já pensei muito sobre isso. Fantasio há anos...”