“Se não fosse por você, não teria saído de casa e teria perdido o estudo mais sofisticado que já encontrei: um estudo em vermelho, hein? O fio vermelho do assassinato corre pela trama sem cor da vida, e nosso dever é desvendá-lo, isolá-lo e expor cada um dos seus milímetros.”
Título: Um Estudo em Vermelho
Autor: Arthur Conan Doyle
Título Original: A Study in Scarlet
Tradutor: Rosaura Eichenberg
Editora: L&PM
1998
O primeiro livro publicado por Arthur Conan
Doyle tem um papel muito importante no currículo do escritor que ficou
conhecido pelo mundo todo como o criador de Sherlock Holmes. O fato é que Um
Estudo em Vermelho foi o primeiro livro publicado pelo autor e também é a
primeira aparição do detetive mais famoso de todos os tempos.
“Você transformou a atividade de detetive numa
ciência quase exata de um modo que jamais será igualada nesse mundo.”
O livro em si trata de
um assassinato de um homem que é encontrado morto em uma casa inabitada. Sem
ferimentos, sem evidências de como morreu. A única pista que a polícia tem são
as manchas de sangue – que não são da vítima – por todo o cômodo, uma aliança e
a palavra RACHE escrita com sangue na parede. A
polícia local acaba tendo dificuldades para resolver o crime, e quem melhor
para fazer esse serviço se não o Sr. Holmes?
A história é dividia em
duas partes: A primeira é escrita em primeira pessoa, pelo Dr. John H. Watson –
um ex-membro do departamento médico do exército que, devido aos ferimentos
adquiridos em uma guerra, teve que ser despachado para Inglaterra para se
recuperar. Watson precisava arrumar uma moradia mais barata, já que o dinheiro
estava se esvaindo. Ele se encontra com um velho amigo que diz que conhece um
sujeito que precisava dividir um apartamento pelos mesmos motivos do doutor.
Sem pensar duas vezes, Watson agarra a oportunidade e aceita dividir a moradia
com o misterioso Sherlock Holmes. A trama se desenrola a partir do ponto que
Watson descobre que Holmes é detetive e então embarca com ele na investigação
do crime.
“Há um mistério nesse caso que estimula a
imaginação. Onde não há imaginação, não há horror.”
A segunda parte trata da história do
assassino e do por que de ele ter cometido tal ato. Doyle fez um trabalho
brilhante mostrando os dois lados da moeda, de modo que cabe a você julgar o
assassino, já que ele teve um motivo para tal.
O livro é curto e a leitura
rápida. A história é genialmente calculada, já que tudo que se abre no começo
se fecha no fim. Doyle tem uma escrita simples, mas muito bem feita. Na segunda
parte o autor te obriga a ver o crime da perspectiva do criminoso, de modo que
você se pega curioso e ansioso para saber o que vai acontecer a ele.
Preciso dizer que me
decepcionei um pouco quando li o verdadeiro motivo do crime. A narrativa é tão
intrigante e cheia de mistério, que minhas expectativas acabaram sendo maiores
que a revelação em si, mas nada ao extremo. O livro é excelente!
É um clássico da literatura
policial e um ótimo livro para quem procura uma investigação intrigante. Vale
ressaltar que esta é a primeira aparição de Sherlock – o detetive icônico e
convencido. Você fica por dentro de como ele se encontrou com Watson e de como
ele resolveu o estudo em vermelho.
“Se um fato
parece se opor a uma cadeia de deduções, ele invariavelmente prova ser capaz de
ter outra interpretação.”