quinta-feira, 31 de julho de 2014

Um Estudo em Vermelho - Arthur Conan Doyle

“Se não fosse por você, não teria saído de casa e teria perdido o estudo mais sofisticado que já encontrei: um estudo em vermelho, hein? O fio vermelho do assassinato corre pela trama sem cor da vida, e nosso dever é desvendá-lo, isolá-lo e expor cada um dos seus milímetros.”



Título: Um Estudo em Vermelho

Autor: Arthur Conan Doyle

Título Original: A Study in Scarlet

Tradutor: Rosaura Eichenberg

Editora: L&PM

1998

      



      O primeiro livro publicado por Arthur Conan Doyle tem um papel muito importante no currículo do escritor que ficou conhecido pelo mundo todo como o criador de Sherlock Holmes. O fato é que Um Estudo em Vermelho foi o primeiro livro publicado pelo autor e também é a primeira aparição do detetive mais famoso de todos os tempos.

“Você transformou a atividade de detetive numa ciência quase exata de um modo que jamais será igualada nesse mundo.”

      O livro em si trata de um assassinato de um homem que é encontrado morto em uma casa inabitada. Sem ferimentos, sem evidências de como morreu. A única pista que a polícia tem são as manchas de sangue – que não são da vítima – por todo o cômodo, uma aliança e a palavra RACHE escrita com sangue na parede. A polícia local acaba tendo dificuldades para resolver o crime, e quem melhor para fazer esse serviço se não o Sr. Holmes?
      A história é dividia em duas partes: A primeira é escrita em primeira pessoa, pelo Dr. John H. Watson – um ex-membro do departamento médico do exército que, devido aos ferimentos adquiridos em uma guerra, teve que ser despachado para Inglaterra para se recuperar. Watson precisava arrumar uma moradia mais barata, já que o dinheiro estava se esvaindo. Ele se encontra com um velho amigo que diz que conhece um sujeito que precisava dividir um apartamento pelos mesmos motivos do doutor. Sem pensar duas vezes, Watson agarra a oportunidade e aceita dividir a moradia com o misterioso Sherlock Holmes. A trama se desenrola a partir do ponto que Watson descobre que Holmes é detetive e então embarca com ele na investigação do crime.

“Há um mistério nesse caso que estimula a imaginação. Onde não há imaginação, não há horror.”
     
       A segunda parte trata da história do assassino e do por que de ele ter cometido tal ato. Doyle fez um trabalho brilhante mostrando os dois lados da moeda, de modo que cabe a você julgar o assassino, já que ele teve um motivo para tal.
      O livro é curto e a leitura rápida. A história é genialmente calculada, já que tudo que se abre no começo se fecha no fim. Doyle tem uma escrita simples, mas muito bem feita. Na segunda parte o autor te obriga a ver o crime da perspectiva do criminoso, de modo que você se pega curioso e ansioso para saber o que vai acontecer a ele.
      Preciso dizer que me decepcionei um pouco quando li o verdadeiro motivo do crime. A narrativa é tão intrigante e cheia de mistério, que minhas expectativas acabaram sendo maiores que a revelação em si, mas nada ao extremo. O livro é excelente!
      É um clássico da literatura policial e um ótimo livro para quem procura uma investigação intrigante. Vale ressaltar que esta é a primeira aparição de Sherlock – o detetive icônico e convencido. Você fica por dentro de como ele se encontrou com Watson e de como ele resolveu o estudo em vermelho.


“Se um fato parece se opor a uma cadeia de deduções, ele invariavelmente prova ser capaz de ter outra interpretação.”

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A Pedra Filosofal - J.K. Rowling

"Não existe bem nem mal, só existe o poder, e aqueles que são demasiados fracos para o desejarem"


Título: A Pedra Filosofal

Autor: J.K. Rowling

Título Original: The Sorcerer's Stone

Tradução: Lia Wyler

Série: Harry Potter


Editora: Rocco

2000





      O que dizer a respeito de Harry Potter que alguém já não tenha dito antes? A série é reconhecida pelo mundo todo e não é à toa. Mesmo sendo um livro YA e tendo um vocabulário voltado para crianças, o livro tem um enredo incrível, quando entendemos o real sentido e passamos a ler as entrelinhas, somos capturados pela escrita da autora, de modo que passamos a ignorar o fato de ser um livro infantil.     As personagens são bem construídas, o enredo é bem feito e a criatividade da autora não tem limites.  
      Basicamente, a história do primeiro volume, trata sobre a ida de Harry à Hogwarts. O garoto é órfão, mora com os tios Dursleys – que como McGonagall observou, são os piores tipos de trouxas que existem. Harry leva uma vida miserável com os tios, seu quarto é um armário de baixo da escada, nunca recebera um presente e os tios lhe oferecem o mínimo. Porém tudo isso esta para mudar quando o jovem completa onze anos e começa a receber cartas o convidando a ir estudar em Hogwarts, a escola de magia e bruxaria. O que Harry não fazia ideia, é que – diferente da sua vidinha pacata com os Dursley – ele é uma pessoa mais que reconhecida no mundo dos bruxos.

“(...) Ele vai ser famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se o dia de hoje ficasse conhecido no futuro como o dia de Harry Potter. Vão escrever livros sobre Harry. Todas as crianças em nosso mundo vão conhecer o nome dele.”

O fato é que mesmo não tendo noção do que acontecia, Harry – mesmo sendo um bebê de colo – na noite em que se tornou órfão, acabou derrotando o maior bruxo das trevas de todos os tempos, um bruxo tão temido, que as pessoas, sequer pronunciam seu nome, Voldemort. Mas e se esse suposto bruxo voltar? A resposta está na pedra filosofal, um artefato valioso e muito importante para o lorde das trevas.

“Tem quem diga que ele morreu. Besteira, na minha opinião. Não sei se ainda tinha humanidade suficiente para morrer.”

O garoto se vê perdido quando finalmente embarca no expresso Hogwarts. Afinal ele nunca vira pessoas voando em vassouras, agitando varinhas, atravessando paredes sólidas, comprando livros que ensinam magia e muitas outras coisas...
      É incrível como uma viagem de trem pode render uma história tão bem desenvolvida, já que a ideia de Harry Potter surgiu quando Rowling – que na época tinha vinte e cinco anos – resolveu ir, junto com o namorado, a Manchester. A viagem atrasou quatro horas, e para a felicidade dos fãs, foram as quatro horas de inspiração para Rowling criar o universo fantástico que veio a ser publicado anos depois.
      Confesso que fiquei decepcionado quando li o livro no formato original e constatei que a tradução é pobre e fraca. A escrita da Rowling é única e criativa, mas foi totalmente prejudicada com o trabalho da Lia Wyler.
A série em suma é a melhor e mais completa fantasia que já li. E o primeiro volume é mais que importante, já que desenvolve o papel de apresentar ao leitor o universo que Rowling criou. O livro é mais que recomendado, mesmo sendo para um publico alvo de menor idade – o que é irrelevante, já que a série possui fãs de todas as idades.
      Neste volume, acompanhe um Harry perdido e sem a mínima noção de quem ele é – sendo que as pessoas a sua volta sabem mais sobre ele que ele mesmo – em busca de respostas, em busca da verdade.


“A verdade – suspirou Dumbledore – é uma coisa bela e terrível, e portanto deve ser tratada com grande cautela.”



sábado, 19 de julho de 2014

A Guerra dos Tronos - George R.R. Martin

"Quando se joga o jogo dos tronos, ganha-se ou morre. Não existe meio-termo"



Título: A Guerra dos Tronos

Autor: George R. R. Martin

Título original: A Game of Thrones

Tradução: Jorge Candeias

Série: As Crônicas de Gelo e Fogo

Editora: LeYa

2010






      Começar uma série de livros não é tarefa fácil. Quem dirá começar uma série de livros medievais que tenha originalidade. Certamente isso não impediu George Martin de começar seu próprio épico, já que As Crônicas de Gelo e Fogo te impressionará até as últimas páginas.
      Há uma infinidade de eventos ocorrendo ao mesmo tempo, de modo que o leitor se perde no início do livro. É fácil se confundir também, com a quantidade abundante de nomes, já que desde os figurantes aos protagonistas, não passam despercebidos. A história se passa no continente Westeros, cujo é dividido em sete reinos com seus respectivos lordes. Entretanto, há um rei que possui domínio sob todos os outros.
      A trama começa a se desenrolar a partir do ponto em que o rei Robert Baratheon, faz uma longa viagem até Winterfell para nomear o lorde Eddard Stark Mão do rei – que nada mais é que a mão direita do rei.

“Aquilo que o rei sonha, a Mão constrói.”

     O autor então, nos leva à família Stark, que é a família protagonista do livro. O lorde Eddard – ou Ned – tem cinco filhos com a senhora Caetlyn, e também um bastardo. A princípio, Ned se recusa a aceitar o título de Mão do rei, entretanto ele percebe que a explicação para a morte do antigo dono do cargo, é muito mal explicada. Sendo assim, ele aceita o cargo e viaja para o sul junto com suas filhas, para ser a  Mão do rei e investigar o que se passa em Porto Real.
      O que Ned não previu são os problemas que ele irá enfrentar, já que supostamente, o inimigo está mais perto que ele pode imaginar. Há também os herdeiros do antigo rei, que podem ser uma grande ameaça. Eles são da casa Targaryen e supostamente, descendentes de dragões.
      Vale ressaltar a escrita do autor que é muito boa, e também a genial ideia de escrever capítulos curtos e narrados do ponto de vista de um personagem específico. De modo que o leitor se encontra preso à perspectiva daquele personagem.
      É bom saber que como toda história medieval, o livro possui conteúdo forte, já que o mesmo é destinado a adultos. Mas não deixa de ser um livro fantástico, uma fantasia envolvente e surpreendente. O autor consegue te introduzir em uma atmosfera totalmente inovadora, e quando achar que viu de tudo ele te surpreenderá.

Traições. Intrigas. Bastardos. Guerras. Segredos. E muito sangue. Isso é um pouco do que te espera neste primeiro volume dessa série. Que venha A Fúria dos Reis!

“Isto é a guerra, é assim que ela é, é este o preço do trono de ferro”


domingo, 13 de julho de 2014

Tag: 10 Perguntas Literárias

Pretendia postar resenhas no começo do blog, entretanto, caminhando pela blogosfera, acabei chegando a um post do blog Viciadas em Livros (link aqui) e decidi que mesmo não tendo tanta experiência literária quanto os outros blogueiros, iria responder à esta tag. Pelo que entendi, a Ana Vitorino, do blog Como Respira? é a criadora da tag. (link do post da Ana aqui).

1. Qual a capa mais bonita da sua estante?

Há varias capas de livros que eu goste, mas uma se destaca. Mesmo que o livro em si tenha me decepcionado em alguns aspectos, não posso negar que a capa de O Oceano no fim do Caminho do Neil Gaiman, é uma das capas mais bonitas que tenho.


2. Se pudesse trazer um personagem à realidade, qual seria?
Com certeza Eva Khatchadourian de Precisamos Falar Sobre o Kevin - Lionel Shriver. Simplesmente pra saber como é ter um filho psicótico e o que acontece depois do "fim". Não que o livro não dê indícios disto. Aliás, ficamos por dentro da vida da mãe de um psicopata, entretanto, ainda anseio por mais!

3. Se pudesse entrevistar um autor, qual seria?
Gosto muito do universo de Harry Potter, portanto, entrevistaria a J.K. Rowling.

4. Um livro que não lerás de novo, por quê?
Não releria Enfeitiçadas da Jessica Spotswood. Esse livro não me impressionou muito e achei um tanto fraco. Nem sei se lerei suas continuações.

5. Uma história confusa.
Eu vou responder essa "pergunta" de uma maneira diferente. Eu ainda não li uma história confusa ao ponto de ter que postá-la com esse mérito. De modo que tomei como critério, livro que abandonei por não me interessar tanto assim. E tive que destacar O Diário de Anne Frank. Sei que as críticas que este livro recebe são mais que satisfatória, mas a época em que decidi lê-lo, não foi propícia para esse tipo de leitura. Sendo assim, logo me desinteressei pelo livro, mas ainda pretendo lê-lo.

6. Um casal?
Eu sou um tanto preconceituoso com esse tipo de termo, já que estamos rodeado de clichês. Mas um "casal" que eu gosto bastante é Eddie e Susannah da saga A Torre Negra - Stephen King.

7. Dois vilões. 

Eu gosto bastante do Lord Voldemort e da Bellatrix Lestrange, ambos da saga Harry Potter.

8. Um personagem que você mataria. (Ou tiraria do livro)

Eu ainda não terminei o primeiro volume das Crônicas de Gelo e Fogo do George Martin. De modo que não sei se essa personagem irá ou não desencadear um papel importante no decorrer da série. Entretanto, até onde li, a Sansa não faria falta alguma.

9. Se você pudesse viver em um livro, qual seria?
Novamente destacando o universo Potter. Sem dúvidas, gostaria de passar um tempo em Hogwarts!

10. Qual o seu maior livro e o menor? (Se tratando de páginas)
Com 623 páginas, o maior livro da minha estante é o Tripulação de Esqueletos do Stephen King. 
E com suas meras 175 páginas, o título de menor livro vai para Sementes no Gelo do André Vianco.



sexta-feira, 11 de julho de 2014

Introdução e Boas Vindas

É fato que este primeiro post não se submete a nenhum destinatário, já que no momento, não temos seguidores. Entretanto, temos que começar por algum lugar. 

A premissa inicial do blog fora a reflexão de livros, mas com o passar do tempo e o crescimento do blog, decidimos não nos limitar à apenas uma vertente artística, aumentando as possibilidades de produzir conteúdo de qualidade sem ficar preso a um tema. Teremos um compromisso com vocês leitores e esperamos que vocês tenham conosco. O Corujal foi uma ideia que tivemos já há um tempo, mas só tomamos iniciativa agora. Esperamos que nossos conteúdos os divirtam e faremos o máximo para evoluir sempre.

"Uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar para se manter afiada" - A Guerra dos Tronos, George Martin.


Seja bem-vindo ao Corujal!