"Este livro pertence ao Príncipe Mestiço"
Título: O Enigma do Príncipe
Autor: J.K. Rowling
Título Original: The Half-Blood Prince
Tradução: Lia Wyler
Série: Harry Potter
Editora: Rocco
Série: Harry Potter
Editora: Rocco
2005
Durante toda minha vida como
leitor o que mais me intriga em livros são os antagonistas. O processo criativo
dos vilões sempre me deixara curioso, e portanto, me levava a pensar no porquê daquele
personagem estar agindo duma maneira controvérsia. Apesar de todos os
subenredos, a proposta de O Engima do Príncipe, é exatamente essa; dar insights de “dois” grandes vilões da
série.
“— E você está esquecendo da maior fraqueza de
Dumbledore: ele precisa acreditar no melhor das pessoas.”
Dumbledore é muito presente
neste volume, e após a confirmação do retorno de Voldemort, o diretor começa a
agir. Logo nos primeiros capítulos o bruxo visita Harry e lhe pede ajuda para persuadir
Horácio Slughorn a retornar à Hogwarts como Mestre das Poções. Fato é que
Slughorn guarda informações muito importantes para ajudá-los no confronto
final. Sim, Slughorn guarda segredos sobre o passado de Voldemort – quando ele
ainda se chamava Tom Riddle.
“— Dumbledore diz que as pessoas acham muito
mais fácil perdoar os outros por estarem errados do que por estarem certos.”
Este é o ponto crucial da
trama. Ao longo de todo o livro, Harry faz visistas frequentes ao escritório de
Dumbledore para saber um pouco a respeito do passado de Riddle. A cada
capítulo, uma revelação nova – e mesmo que o enredo de Harry Potter como um todo
seja bem conhecido, é inevitável sentir a sensação de surpresa durante a
leitura.
“— Primeiro, e mais importante: Voldemort foi,
creio eu, mais conectado à esta escola do que à qualquer pessoa. Hogwarts foi
onde ele foi mais feliz; o primeiro e único lugar que ele chamou de casa.”
É claro que eu não podia
deixar de falar sobre o Príncipe Mestiço. Essa figura tão característica que dá
nome ao livro permanece um “mistério” durante um bom tempo. Rowling consegue
pontuar um certo humor irônico a respeito desta grande incógnita (afinal, Harry
mal desconfiava que o Píncipe que ele tanto idolatrava se tratava de alguém tão
odiado).
"— Eu achei que o Príncipe tinha um senso
de humor perverso, mas nunca imaginei que fosse um homicida em
potencial..."
Posso afirmar convictamente
que o rumo que a história toma aqui é diferente de todas as outras premissas já
apresentadas. Em O Enigma do Príncipe, o leitor vai ver a crueldade dos vilões
saírem da teoria para a prática. A sensação que tive ao ler este livro era a de
que “tudo era válido”, já que as personagens agiam de qualquer maneira para
somarem vantagens para seus respectivos lados. Podemos dizer que a guerra começa
a dar as caras em O Enigma do Príncipe.
“— É o desconhecido que tememos quando olhamos
para a morte e para a escuridão, nada mais.”
Uma característica que não
pude deixar de notar foi a sutileza do ritmo deste fragmento da história. Em
termos de cinema o sexto volume não me agradou tanto, devido à essa sequência
de acontecimentos de proporções enormes, mas que acontecem de forma sublime –
portanto não tão visual para uma adaptação cinematográfica. Porém, tratando-se
de literatura, O Enigma do Príncipe fora um dos livros que mais me agradara, justamente por causa dessa narrativa
mais lenta e indispensável. O leitor consegue desfrutar de cada momento das
conspirações que permeiam o enredo, e isso é incrível!
Sem mais, O Enigma do
Príncipe é um livro que vai tratar muito do passado sem deixar de lado todo o
pandemônio que está se instalando no presente. Talvez a leitura com revelações
mais chocantes, e portanto indispensável. Tanto livro quanto filme são altamente
recomendados.