domingo, 19 de abril de 2015

A Escolha dos Três - Stephen King

"- Três. Este é o número do seu destino.
- Três?

- Sim, o três é místico. O três fica no coração de sua busca. Outro número vem mais tarde. Agora o número é três."


Título: A Escolha dos Três

Autor: Stephen King

Título Original: The Drawing of the Three

Tradução: Mário Molina

Série: A Torre Negra

Editora: Objetiva (Suma de Letras)

2007






Quando se trata de A Torre Negra, a busca do esclarecimento das incessantes dúvidas que Stephen King provoca é o combustível para a leitura da obra. E neste volume, A Escolha dos Três, essas dúvidas não cessam, muito pelo contrário, abrem-se mais questões sem respostas que seu antecessor, O Pistoleiro.
      Como visto no volume anterior, Roland precisa cumprir a profecia dita pelo Oráculo e conseguir uma influência positiva na escolha dos três, pois os três são sua rota para a torre. Mas afinal, o que são os três? Como sempre, com muitas questões e poucas respostas, partimos com Roland em busca do prisioneiro, a dama das sombras e da morte.

“O primeiro é jovem, de cabelo preto. Está próximo do roubo e do homicídio. Um demônio tomou conta dele. O nome do demônio é heroína.
– O segundo?
Ela vem de rodas. Não vejo mais
– O terceiro?
Morte... mas não para você”.

A Escolha dos Três é mais flexível e dinâmico que seu antecessor. Aqui veremos, em prática, a capacidade de King em mesclar universos fictícios com o mundo real. Mesmo sendo um grande admirador da ficção fantástica, sou um tanto crítico quando se trata dessa mistura, pois são poucos os autores que conseguem fazer essa mecânica funcionar. E fico feliz em reconhecer que o autor não só conseguiu fazer um bom uso dessa mistura, mas conseguiu fazer isso sem soar supérfluo ou pretensioso.
      Aqui veremos como Roland, um ser de um mundo distante, lidaria com problemas do cotidiano de muitas pessoas. O pistoleiro precisa convencer alguns americanos a seguirem com ele em sua incessante busca pela torre. Eddie Dean, um viciado em heroína, Oddeta Holmes, uma negra esquizofrênica com transtornos de dupla personalidade e a morte... Diante de tantas alianças a serem formadas, será mesmo que Roland (o mesmo Roland que sacrificara Jake) passaria a deixar sua obsessão pela torre de lado para ter amizades? Ou será que as ações do pistoleiro sem apenas em prol da torre?

“Compreendia de fato que só três coisas tinham importância: a mortalidade, o ka e a Torre.”

Novamente mergulhado em dúvidas, o leitor precisará caminhar pelas Terras Devastadas para saciar sua sede.

“Quero que se junte a mim numa busca. Tudo, é claro, pode muito bem acabar igualmente em morte... morte para nós quatro num lugar estranho. Mas se conseguirmos chegar... – Seus olhos brilharam – Se conseguimos chegar, Eddie, você verá uma coisa que supera todas as crenças de todos os seus sonhos.
–Que coisa?
–A Torre Negra.”