" Quero
me entregar a um homem, à cidade, à vida e, finalmente, à morte.”
Título: Veronika Decide Morrer
Autor: Paulo Coelho
Editora: Sextante
2012
Paulo Coelho, autor brasileiro mais lido no
mundo, questiona os fundamentos da loucura com uma história que carrega partes
de sua própria experiência de vida. Nasce então, Veronika Decide Morrer.
Neste conto, o autor nos apresente à Veronika,
uma eslovena, que apesar de jovem, já atingira a maioria de seus objetivos, e
que devido à sua vida monótona, decidira que iria morrer.
“Quando conseguiu quase tudo que desejava na
vida, chegou à conclusão de que sua existência não tinha sentido, porque eram
todos os dias eram iguais. E decidira morrer.”
Veronika então compra sua passagem ao mundo dos
mortos – com medicamentos que farão o serviço por ela. Entretanto, os remédios
não surtem o efeito esperado, e a jovem acaba acordando em Villete, um
sanatório de má reputação da capital eslovena.
Um médico do hospício encarregado de seu quadro
diz à ela que, embora não tenha conseguido se matar naquela tarde, resta-lhe
pouco mais de uma semana de vida.
“A morte roçou suas asas no meu rosto hoje e
deve estar batendo na minha porta amanhã ou depois.”
Em suma, o livro narrará os dias de Veronika em
Villete enquanto ela espera pela morte. A sensibilidade que o autor trata essa
causa fúnebre é comovente e em certos pontos, força a reflexão sobre os ramos
da vida. Sabemos mais tarde, que Veronika é um alter ego de Paulo Coelho – que passara
por experiências como essa – resultando em um enredo mais fatídico, biográfico
e realista.
Verdade seja dita, Vilette é um lugar cheio de
acomodados; que não querem ter que arcar com as responsabilidades de uma vida
sã. Com a chegada de Veronika, que escolhera a morte, e não o contrário, os
habitantes do sanatório começam a, junto com o leitor, refletirem nessas
questões da vida, levando a resolução de vários conflitos internos do enredo.
Coelho pecou nas razões que levara Veronika a
tomar a decisão de agarrar-se à morte, e particularmente, os subenredos do
livro me interessaram muito mais que a vida da protagonista. O romance fora
pretensioso, e ao meu ver, forçado e desnecessário. Já o fim que Coelho deu à
trama, me impressionou e me deixou com uma sensação – positiva – de engano.
Apesar de todos os aspectos que não agradados,
O Corujal recomenda a leitura deste livro.