"- Três.
Este é o número do seu destino.
- Três?
- Sim, o três
é místico. O três fica no coração de sua busca. Outro número vem mais tarde.
Agora o número é três."
Título: A Escolha dos Três
Autor: Stephen King
Título Original: The Drawing of the Three
Tradução: Mário Molina
Série: A Torre Negra
Editora: Objetiva (Suma de Letras)
Série: A Torre Negra
Editora: Objetiva (Suma de Letras)
2007
Quando se trata de A
Torre Negra, a busca do esclarecimento das incessantes dúvidas que Stephen King
provoca é o combustível para a leitura da obra. E neste volume, A Escolha dos
Três, essas dúvidas não cessam, muito pelo contrário, abrem-se mais questões
sem respostas que seu antecessor, O Pistoleiro.
Como visto no volume
anterior, Roland precisa cumprir a profecia dita pelo Oráculo e conseguir uma
influência positiva na escolha dos três, pois os três são sua rota para a
torre. Mas afinal, o que são os três? Como sempre, com muitas questões e poucas
respostas, partimos com Roland em busca do prisioneiro, a dama das sombras e da
morte.
“O primeiro é jovem, de cabelo preto. Está
próximo do roubo e do homicídio. Um demônio tomou conta dele. O nome do demônio
é heroína.
– O segundo?
Ela vem de rodas. Não vejo mais
– O terceiro?
Morte... mas não para você”.
A Escolha dos Três é
mais flexível e dinâmico que seu antecessor. Aqui veremos, em prática, a capacidade
de King em mesclar universos fictícios com o mundo real. Mesmo sendo um grande
admirador da ficção fantástica, sou um tanto crítico quando se trata dessa
mistura, pois são poucos os autores que conseguem fazer essa mecânica
funcionar. E fico feliz em reconhecer que o autor não só conseguiu fazer um bom
uso dessa mistura, mas conseguiu fazer isso sem soar supérfluo ou pretensioso.
Aqui veremos como
Roland, um ser de um mundo distante, lidaria com problemas do cotidiano de muitas
pessoas. O pistoleiro precisa convencer alguns americanos a seguirem com ele em
sua incessante busca pela torre. Eddie Dean, um viciado em heroína, Oddeta
Holmes, uma negra esquizofrênica com transtornos de dupla personalidade e a
morte... Diante de tantas alianças a serem formadas, será mesmo que Roland (o
mesmo Roland que sacrificara Jake) passaria a deixar sua obsessão pela torre de
lado para ter amizades? Ou será que as ações do pistoleiro sem apenas em prol
da torre?
“Compreendia de fato que só três coisas tinham
importância: a mortalidade, o ka e a Torre.”
Novamente mergulhado em
dúvidas, o leitor precisará caminhar pelas Terras Devastadas para saciar sua
sede.
“Quero que se junte a mim numa busca. Tudo, é
claro, pode muito bem acabar igualmente em morte... morte para nós quatro num
lugar estranho. Mas se conseguirmos chegar... – Seus olhos brilharam – Se conseguimos
chegar, Eddie, você verá uma coisa que supera todas as crenças de todos os seus
sonhos.
–Que coisa?
–A Torre Negra.”