“Os
deuses fizeram a terra pra todos os homens partilharem. Mas aí os reis chegaram
com suas coroas e espadas de aço e disseram que a terra era toda deles.”
Aviso: Esta resenha revela conteúdo do antecessor deste livro, deixando para o leitor toda a responsabilidade de lê-la.
Título: A Tormenta de Espadas
Autor: George R. R. Martin
Título original: A Storm of Swords
Título original: A Storm of Swords
Tradução: Jorge Candeias
Série: As Crônicas de Gelo e Fogo
Série: As Crônicas de Gelo e Fogo
Editora: LeYa
2011
No fim de A Guerra dos Tronos, Martin dá início, finalmente, à guerra propriamente dita. Lembro-me que o segundo volume, A Fúria dos Reis, não me agradou porque a guerra fora tratada de uma forma política e verbal, de modo a me deixar apreensivo a respeito do terceiro volume.
Para minha felicidade, como o próprio nome sugere, A Tormenta de
Espadas é repleta de batalhas e confrontos. É neste livro que a narrativa
começa a acelerar e a trama toma o rumo crucial da guerra. As decisões feitas
no segundo volume começam a tomar proporções significativas, e conhecemos a
impiedade de Martin.
O enredo se resume a alguns personagens: seguindo viagem com
Brienne, Jaime é liberto por Catelyn Stark, com o intuito de chegar a Porto
Real e trocá-lo pelas filhas. Robb precisa organizar suas estratégias de
guerras e pensar em sua prometida, uma Frey da travessia. Daenerys continua no
Sul, passando por cidades escravagistas reunindo seu exército. Tyrion precisa
lidar com seu pai, a atual mão do rei. Arya continua foragida, enquanto Bran
vai rumo à Muralha encontrar o corvo de três olhos. Jon encontra-se entre os
selvagens que apresentam uma ameaça.
“Nos Sete
Reinos dizia-se que a Muralha marcava o fim do mundo. Isso também é verdade
para eles (selvagens). Tudo dependia do lado em que se estava”
É interessante analisar a construção fictícia do autor. O modo
como as coisas acontecem é surpreendente, pois, mesmo que há uma guerra por
poder em Westeros, Martin nos mostra que a trama vai muito além disso e que há outras
ameaças e conflitos maiores. Selvagens, R’hllor e seus sacerdotes vermelhos,
Daenerys e seus dragões, os Outros...
“— Mas
quando os mortos caminham, muralhas, estacas e espadas não significam nada. Não
se pode lutar com os mortos, Jon Snow. Ninguém sabe disso tão bem quanto eu.”
Em Porto Real, Sansa ainda é mantida cativa, mas ao menos se
livrara de Joffrey. O Rei no Trono de Ferro agora se casará com Margaery
Tyrell. O casamento envolve outras grandes casas, como os Martell e os próprios
Tyrell, e o leitor percebe que mesmo que esses reinos não sejam tão
evidenciados, possuem sim seus poderes.
“E agora o
idiota do meu filho está fazendo o mesmo, só que está montando um leão em vez de um palafrém. Eu preveni-o de
que é fácil montar um leão, mas não é tão fácil assim desmontá-lo.”
Enfim, é uma leitura mais que satisfatória e muito recomendada!
Não me desapontou em nenhum ponto, e acho que merece uma chance de ser lido por
qualquer leitor que preze uma boa narrativa. Leia A Tormenta de Espadas e veja
por você mesmo como George R. R. Martin é cruel... haha.
“—
Mantenha sempre seus inimigos confusos. Se nunca estiverem seguros de quem é ou
do que quer, não podem saber o que é provável que faça em seguida. Às vezes, a
melhor maneira de confundi-los é fazer coisas que não têm nenhum propósito, ou
até que parecem prejudicar você. Lembre-se disso, Sansa, quando começar a jogar
o jogo.”