quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A Tormenta de Espadas - George R.R. Martin

 “Os deuses fizeram a terra pra todos os homens partilharem. Mas aí os reis chegaram com suas coroas e espadas de aço e disseram que a terra era toda deles.”
Aviso: Esta resenha revela conteúdo do antecessor deste livro, deixando para o leitor toda a responsabilidade de lê-la.

Título: A Tormenta de Espadas

Autor: George R. R. Martin

Título original: A Storm of Swords

Tradução: Jorge Candeias

Série: As Crônicas de Gelo e Fogo

Editora: LeYa

                                                            2011



      No fim de A Guerra dos Tronos, Martin dá início, finalmente, à guerra propriamente dita. Lembro-me que o segundo volume, A Fúria dos Reis, não me agradou porque a guerra fora tratada de uma forma política e verbal, de modo a me deixar apreensivo a respeito do terceiro volume.
      Para minha felicidade, como o próprio nome sugere, A Tormenta de Espadas é repleta de batalhas e confrontos. É neste livro que a narrativa começa a acelerar e a trama toma o rumo crucial da guerra. As decisões feitas no segundo volume começam a tomar proporções significativas, e conhecemos a impiedade de Martin.
      O enredo se resume a alguns personagens: seguindo viagem com Brienne, Jaime é liberto por Catelyn Stark, com o intuito de chegar a Porto Real e trocá-lo pelas filhas. Robb precisa organizar suas estratégias de guerras e pensar em sua prometida, uma Frey da travessia. Daenerys continua no Sul, passando por cidades escravagistas reunindo seu exército. Tyrion precisa lidar com seu pai, a atual mão do rei. Arya continua foragida, enquanto Bran vai rumo à Muralha encontrar o corvo de três olhos. Jon encontra-se entre os selvagens que apresentam uma ameaça.


“Nos Sete Reinos dizia-se que a Muralha marcava o fim do mundo. Isso também é verdade para eles (selvagens). Tudo dependia do lado em que se estava”

    
   É interessante analisar a construção fictícia do autor. O modo como as coisas acontecem é surpreendente, pois, mesmo que há uma guerra por poder em Westeros, Martin nos mostra que a trama vai muito além disso e que há outras ameaças e conflitos maiores. Selvagens, R’hllor e seus sacerdotes vermelhos, Daenerys e seus dragões, os Outros...


“— Mas quando os mortos caminham, muralhas, estacas e espadas não significam nada. Não se pode lutar com os mortos, Jon Snow. Ninguém sabe disso tão bem quanto eu.”


      Em Porto Real, Sansa ainda é mantida cativa, mas ao menos se livrara de Joffrey. O Rei no Trono de Ferro agora se casará com Margaery Tyrell. O casamento envolve outras grandes casas, como os Martell e os próprios Tyrell, e o leitor percebe que mesmo que esses reinos não sejam tão evidenciados, possuem sim seus poderes.


“E agora o idiota do meu filho está fazendo o mesmo, só que está montando um leão em vez de um palafrém. Eu preveni-o de que é fácil montar um leão, mas não é tão fácil assim desmontá-lo.”


      Enfim, é uma leitura mais que satisfatória e muito recomendada! Não me desapontou em nenhum ponto, e acho que merece uma chance de ser lido por qualquer leitor que preze uma boa narrativa. Leia A Tormenta de Espadas e veja por você mesmo como George R. R. Martin é cruel... haha.


“— Mantenha sempre seus inimigos confusos. Se nunca estiverem seguros de quem é ou do que quer, não podem saber o que é provável que faça em seguida. Às vezes, a melhor maneira de confundi-los é fazer coisas que não têm nenhum propósito, ou até que parecem prejudicar você. Lembre-se disso, Sansa, quando começar a jogar o jogo.”


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