“O homem de Preto fugia pelo deserto e o pistoleiro ia atrás”
Título: O Pistoleiro
Autor: Stephen King
Título Original: The Gunslinger
Tradução: Mário Molina
Série: A Torre Negra
Editora: Objetiva (Suma de Letras)
Série: A Torre Negra
Editora: Objetiva (Suma de Letras)
2004
Muitos reconhecem
Stephen King pelos seus clássicos, como O Iluminado, Carrie, O Cemitério e
vários outros. Eu, por vez, reconheço King por sua obra sem igual: A Torre
Negra. Quando me falaram de Stephen King pela primeira vez, fora para falar de
A Torre Negra e na época, mal sabia eu, que estava prestes a adentrar em um
mundo totalmente novo, um mundo devastado pela destruição, um mundo que segui
adiante...
“Dizemos que o
mundo seguiu adiante; talvez estejamos querendo realmente dizer que ele começou
a secar”
E é neste
universo destruído que King nos ambienta. O autor nos deixa na mão de Roland de
Gilead, um homem ambicioso por seus objetivos, um homem que realmente não se
importa com os demais detalhes da história, desde que ele alcance o que
procura, um homem louco, um verdadeiro pistoleiro. Mas não veja Roland como um
antagonista, afinal, o pistoleiro visa apenas a solução para a devastação de
seu mundo. A noção de tempo e espaço já não existe e o eixo para isso tudo,
para as respostas do pistoleiro e para a solução de seu problema, é a torre.
Por vez, Roland não sabe seu paradeiro e muito menos como chegar a seu destino,
porém, ele sabe quem precisa alcançar para conseguir tais informações e é aqui
que a trama segue.
Somos jogados em
um mundo devastado, para seguirmos com um desconhecido num deserto mórbido numa
caçada a um homem: o homem de preto. Pois conseguindo o homem de preto,
conseguimos a torre. Pode parecer egoísta e insensato da parte de Roland, mas
somos partes de seu ka-tet (pessoas ligadas a seu destino, ao seu ka)
“Tudo isso fora
escrito. Em algum lugar, a mão de alguém depositara tudo no livro do ka”
A narrativa gera
inúmeras dúvidas no leitor, pois a princípio, não temos nenhuma informação
sobre o motivo de Roland estar buscando desenfreadamente o homem de preto e a
torre. Pouco sabemos também de seu passado, que é revelado vagamente em certas
partes da trama. Pouca informação, muitas dúvidas, acostume-se leitor, este é o
trunfo da torre. Devo confessar que o fator que mais me impressionou na escrita
de King é a maestria que ele possui quando o assunto é ligar um mundo fictício
com o mundo real (mais detalhes em A Escolha dos Três). Sim, a serie tem uma
conexão, não apenas com o nosso mundo, mas com muitos outros. E sim, não somos
os únicos a fazer parte do ka-tet de Roland, pois acabamos por trombar
em Jake Chambers, um garoto que fora parar no universo de King apenas pelo fato
de ter morrido em Nova York.
“Vá. Há outros
mundos além deste.”
Creio que o
fascínio que me contaminou por esta serie, tanto se deve a sua originalidade e
criatividade como a história de King em relação à obra. Logo no início do
livro, há uma introdução sem igual onde ficamos sabendo que King demorou mais
de trinta anos para finalizar o último capítulo da série, ficamos sabendo
também que quando ele resolvera parar de escrevê-la, uma Plymouth (como em
Christine) que o jogara em uma vala fora o motivo de King voltar a escrever.
Stephen recebera cartas perguntando o que Roland encontraria na torre mesmo
quando nem ele sabia. E quando alguém cita o nome de Stephen King em minha roda
de amigos, e eu como admirador, cito A Torre Negra, as pessoas raramente
conhecem, pois estavam ocupadas lendo O Iluminado...
“Tudo no universo
rejeita o nada; sugerir um término é o único absurdo que existe”
Realmente, nenhuma obra do King é tão boa quanto A Torre, é uma pena que muitos leitores do King não se aventurem pelo mundo médio apresentado na série, talvez, devido ao tamanho da obra (8 volumes!). Enfim, a torre é indispensável para qualquer leitor, pena que muitos desistem devido ao fato de não se ter muitas informações nos primeiros volumes, irônico, pois é isso que eu acho tão bom na série: mesmo sem conhecer nada King te faz se sentir envolvido por aqueles personagens dos quais quase nada sabemos a respeito no começo da leitura. Ah, a torre!
ResponderExcluirSim, é uma pena que as pessoas desconheçam A Torre. Acho que o tamanho da série é compensado pelo enredo fantástico que King cria e os leitores não deveriam deixar-se intimidar por isso. Também acho que essa jogada do autor de não fornecer informações seja o principal motivo em questão de "sede de ler", pois todo fim de volume, ficamos com aquela sensação de querer mais, mal espero para chegar à torre!
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