segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O Pistoleiro - Stephen King

 “O homem de Preto fugia pelo deserto e o pistoleiro ia atrás”



Título: O Pistoleiro

Autor: Stephen King

Título Original: The Gunslinger

Tradução: Mário Molina

Série: A Torre Negra

Editora: Objetiva (Suma de Letras)

2004




      Muitos reconhecem Stephen King pelos seus clássicos, como O Iluminado, Carrie, O Cemitério e vários outros. Eu, por vez, reconheço King por sua obra sem igual: A Torre Negra. Quando me falaram de Stephen King pela primeira vez, fora para falar de A Torre Negra e na época, mal sabia eu, que estava prestes a adentrar em um mundo totalmente novo, um mundo devastado pela destruição, um mundo que segui adiante...

“Dizemos que o mundo seguiu adiante; talvez estejamos querendo realmente dizer que ele começou a secar”

      E é neste universo destruído que King nos ambienta. O autor nos deixa na mão de Roland de Gilead, um homem ambicioso por seus objetivos, um homem que realmente não se importa com os demais detalhes da história, desde que ele alcance o que procura, um homem louco, um verdadeiro pistoleiro. Mas não veja Roland como um antagonista, afinal, o pistoleiro visa apenas a solução para a devastação de seu mundo. A noção de tempo e espaço já não existe e o eixo para isso tudo, para as respostas do pistoleiro e para a solução de seu problema, é a torre. Por vez, Roland não sabe seu paradeiro e muito menos como chegar a seu destino, porém, ele sabe quem precisa alcançar para conseguir tais informações e é aqui que a trama segue.
      Somos jogados em um mundo devastado, para seguirmos com um desconhecido num deserto mórbido numa caçada a um homem: o homem de preto. Pois conseguindo o homem de preto, conseguimos a torre. Pode parecer egoísta e insensato da parte de Roland, mas somos partes de seu ka-tet (pessoas ligadas a seu destino, ao seu ka)

“Tudo isso fora escrito. Em algum lugar, a mão de alguém depositara tudo no livro do ka”

      A narrativa gera inúmeras dúvidas no leitor, pois a princípio, não temos nenhuma informação sobre o motivo de Roland estar buscando desenfreadamente o homem de preto e a torre. Pouco sabemos também de seu passado, que é revelado vagamente em certas partes da trama. Pouca informação, muitas dúvidas, acostume-se leitor, este é o trunfo da torre. Devo confessar que o fator que mais me impressionou na escrita de King é a maestria que ele possui quando o assunto é ligar um mundo fictício com o mundo real (mais detalhes em A Escolha dos Três). Sim, a serie tem uma conexão, não apenas com o nosso mundo, mas com muitos outros. E sim, não somos os únicos a fazer parte do ka-tet de Roland, pois acabamos por trombar em Jake Chambers, um garoto que fora parar no universo de King apenas pelo fato de ter morrido em Nova York.

“Vá. Há outros mundos além deste.”

      Creio que o fascínio que me contaminou por esta serie, tanto se deve a sua originalidade e criatividade como a história de King em relação à obra. Logo no início do livro, há uma introdução sem igual onde ficamos sabendo que King demorou mais de trinta anos para finalizar o último capítulo da série, ficamos sabendo também que quando ele resolvera parar de escrevê-la, uma Plymouth (como em Christine) que o jogara em uma vala fora o motivo de King voltar a escrever. Stephen recebera cartas perguntando o que Roland encontraria na torre mesmo quando nem ele sabia. E quando alguém cita o nome de Stephen King em minha roda de amigos, e eu como admirador, cito A Torre Negra, as pessoas raramente conhecem, pois estavam ocupadas lendo O Iluminado...


“Tudo no universo rejeita o nada; sugerir um término é o único absurdo que existe”


2 comentários:

  1. Realmente, nenhuma obra do King é tão boa quanto A Torre, é uma pena que muitos leitores do King não se aventurem pelo mundo médio apresentado na série, talvez, devido ao tamanho da obra (8 volumes!). Enfim, a torre é indispensável para qualquer leitor, pena que muitos desistem devido ao fato de não se ter muitas informações nos primeiros volumes, irônico, pois é isso que eu acho tão bom na série: mesmo sem conhecer nada King te faz se sentir envolvido por aqueles personagens dos quais quase nada sabemos a respeito no começo da leitura. Ah, a torre!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, é uma pena que as pessoas desconheçam A Torre. Acho que o tamanho da série é compensado pelo enredo fantástico que King cria e os leitores não deveriam deixar-se intimidar por isso. Também acho que essa jogada do autor de não fornecer informações seja o principal motivo em questão de "sede de ler", pois todo fim de volume, ficamos com aquela sensação de querer mais, mal espero para chegar à torre!

      Excluir