"As coroas fazem coisas estranhas às
cabeças que estão por baixo delas."
Aviso: Esta resenha revela conteúdo do antecessor deste livro, deixando para o leitor toda a responsabilidade de lê-la.
Título: A Fúria dos Reis
Autor: George R. R. Martin
Título original: A Clash of Kings
Título original: A Clash of Kings
Tradução: Jorge Candeias
Série: As Crônicas de Gelo e Fogo
Série: As Crônicas de Gelo e Fogo
Editora: LeYa
2011
Exatamente após o
término chocante de A Guerra dos Tronos, Martin nos ambienta em A Fúria dos
Reis, seu segundo volume. O verão está chegando ao fim, um cometa vermelho
surge misteriosamente no céu e todo Westeros está em caos.
Todo o evento que
permeia esse volume é consequência das mortes de Eddard e Robbert e podemos
resumi-lo a cinco personagens. Com a morte do rei de Westeros, seu filho
Joffrey Baratheon assume o trono de ferro, como era de se esperar. Entretanto,
a verdade se espalha pelos reinos, revelando às pessoas que Joffrey não é um
herdeiro legítimo, pois é filho de incesto. Os irmãos do rei Robbert, Stannis e
Renly Baratheon, também se declaram rei ao ouvirem tal história, enquanto Robb
Stark assume o título de Rei do Norte, buscando a liberdade das irmãs e a
vingança do pai. Já Balon Greyjoy, senhor das Ilhas de Ferro, quer continuar a
rebelião de anos atrás.
“Quando os reis estão em guerra, a terra toda treme!”
Em síntese, o enredo de
A Fúria dos Reis é isso. Particularmente, quando peguei o segundo volume para
ler e vi tal título, esperava que seria tão empolgante quanto o primeiro (se
não mais), mas não foi o que aconteceu. Se você, leitor, espera ver aqui
batalhas de guerra o tempo todo, irá se decepcionar. A Fúria dos Reis, em
comparação com o primeiro volume e com a expectativa que Martin cria, é um
livro parado. Os reis que estão em guerra, não estão realmente em guerra. Aqui
veremos uma perspectiva mais política, onde cinco desses concorrentes ao trono
se alfinetam cada um de um lugar de Westeros. Há quem diga que o segundo volume
nada mais é que uma ponte entre o primeiro e o terceiro, e eu pude confirmar
isso. Se tratando de um livro “parado”, a narrativa toma um ritmo mais real, é
fato, mas não consegui ver isso de uma forma positiva.
Martin continua com os
capítulos curtos e dedicados a personagens diferentes, criando uma narrativa
única, onde não há protagonistas e você é obrigado a ver os dois lados da
moeda. É interessante ressaltar que mesmo que o enredo gire em torno desses
cinco “reis”, não há nenhum capítulo dedicado a eles, fazendo o leitor enxerga-los
através dos olhos de terceiros. Isso foi tremendamente astuto, resultando em
uma cara mais realista ao livro, forçando quem lê a se identificar com as
questões políticas que existem em nosso mundo.
“Eis, então. O poder reside onde os homens acreditam que ele reside. Nem mais nem menos.”
É bacana analisarmos
como a família Stark continua separada. Cada filho do Ned se encontra em um
lugar e em uma enrascada. Tyrion e Arya tiveram papéis muito significativos
para a história, mas Jon e Daenerys me deram uma sensação de abandono. Com toda
essa reviravolta em Westeros, Jon vai em uma patrulha para lá da Muralha e fica
como uma história à parte, tal como Daenerys. A mãe dos dragões está em Qarth à
procura de navios para renunciar ao trono. Vejamos, mais um concorrente! Por
mais que possa parecer significativo, eu nem a citei antes pelo fato de que sua
hisória também se torna um caso independente. Daenerys quer o trono de ferro,
mas nem sequer sabia que Robbert havia morrido. Sua história me deu a sensação
de parar por um bom tempo.
Apesar de todas essas
críticas, A Fúria dos Reis em suma é um livro espetacular. Esses pontos não me
agradaram apenas pela expectativa que eu criei ao término do primeiro volume. É
fato que em comparação, A Guerra dos Tronos se sobressai muito sobre este, mas
isso não quer dizer que o segundo seja ruim. Uma leitura estonteante e uma
razoável. Bom, que venha A Tormenta de Espadas para vermos o rumo que isso tomará...
“Dizem que o Trono de Ferro pode ser perigosamente cruel para aqueles que não estão destinados a se sentar nele."
Obs.: O objetivo desse
blog é criar críticas construtivas para livros, mas não pude deixar de notar
a “mexida” no contexto da série da HBO. Não que tenha estragado a série, e nem
deixarei de assisti-la por isso, mas será que era mesmo necessário?
Obs²: Você pode conferir a resenha do primeiro volume aqui.
AHHHH! D: Meus personagens favoritos, Jon e Daenerys, são ignorados?! Não gostei, embora compreenda que dentro da série não faltará oportunidade para o autor dedicar a abordagem merecidas a estes personagens...
ResponderExcluirPois é, com tudo acontecendo, Martin deixou os melhores "de lado", mas é compreensível...
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