domingo, 31 de maio de 2015

Veronika Decide Morrer - Paulo Coelho


" Quero me entregar a um homem, à cidade, à vida e, finalmente, à morte.”




Título: Veronika Decide Morrer

Autor: Paulo Coelho

Editora: Sextante

2012






      Paulo Coelho, autor brasileiro mais lido no mundo, questiona os fundamentos da loucura com uma história que carrega partes de sua própria experiência de vida. Nasce então, Veronika Decide Morrer.
      Neste conto, o autor nos apresente à Veronika, uma eslovena, que apesar de jovem, já atingira a maioria de seus objetivos, e que devido à sua vida monótona, decidira que iria morrer.
“Quando conseguiu quase tudo que desejava na vida, chegou à conclusão de que sua existência não tinha sentido, porque eram todos os dias eram iguais. E decidira morrer.”
      Veronika então compra sua passagem ao mundo dos mortos – com medicamentos que farão o serviço por ela. Entretanto, os remédios não surtem o efeito esperado, e a jovem acaba acordando em Villete, um sanatório de má reputação da capital eslovena. 
      Um médico do hospício encarregado de seu quadro diz à ela que, embora não tenha conseguido se matar naquela tarde, resta-lhe pouco mais de uma semana de vida.
“A morte roçou suas asas no meu rosto hoje e deve estar batendo na minha porta amanhã ou depois.”
      Em suma, o livro narrará os dias de Veronika em Villete enquanto ela espera pela morte. A sensibilidade que o autor trata essa causa fúnebre é comovente e em certos pontos, força a reflexão sobre os ramos da vida. Sabemos mais tarde, que Veronika é um alter ego de Paulo Coelho – que passara por experiências como essa – resultando em um enredo mais fatídico, biográfico e realista.
      Verdade seja dita, Vilette é um lugar cheio de acomodados; que não querem ter que arcar com as responsabilidades de uma vida sã. Com a chegada de Veronika, que escolhera a morte, e não o contrário, os habitantes do sanatório começam a, junto com o leitor, refletirem nessas questões da vida, levando a resolução de vários conflitos internos do enredo.
     Coelho pecou nas razões que levara Veronika a tomar a decisão de agarrar-se à morte, e particularmente, os subenredos do livro me interessaram muito mais que a vida da protagonista. O romance fora pretensioso, e ao meu ver, forçado e desnecessário. Já o fim que Coelho deu à trama, me impressionou e me deixou com uma sensação – positiva – de engano.
      Apesar de todos os aspectos que não agradados, O Corujal recomenda a leitura deste livro.
 “Louco é quem vive em seu mundo. Como os esquizofrênicos, os psicopatas, os maníacos. Ou seja, pessoas que são diferentes das outras.”

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